quinta-feira, 23 de abril de 2009

Há vida lá fora!

Há vida lá fora!
Observo-os... De mãos entrelaçadas como um só ser.
A partilha de sentimentos, no roçar do polegar dele na delicada mão dela.
Sem duvida alguma ali também há vida.

Ela observa o exterior do comboio.
Sente calada a vida lá fora. Sonha com todo o fogo que a vida "lá fora" lhe deu em tempos.
Ela pensa...

Que tempos parvos, sem fôlego, em que pedia por tudo para o ar entrar, mas expulsava-o no extase desse fogo!
Que tempos incoerentes aqueles em que nada tinha porquê, nada fazia sentido, tão jovens...

Tempos tão bons, como já não sei o que isso é!

Ela pensa...

Que loucuras, que sorrisos, que extravagancias mentais, fisicas.... ahhh que extravagancias...

Ela pensa...

Pena eu não conseguir viver, já, esse fulgor/ardor.
Pena por aquele que me afaga a mão carinhosamente.
Se ele tivesse alguma vez sentido esse fogo... Esse quente que vem de dentro de nós.
Sentir a meta humana, a loucura, o lado de lá! Pois... Ele talvez não quereria.
Pena ele nunca vir a saber o que é!

Sonho calada contigo ainda. Sonho e penso em ti ainda! Tu és o meu fogo.

E de repente a paragem chegou... Deixei de querer perceber mais do que tinha observado!

Um comentário:

Maria disse...

Temos que debater este "Há vida lá fora!"

Gostei de te ler!

E não te esqueças, adoro-te.