terça-feira, 21 de julho de 2009

Biografia - René Descartes

René Descartes nasceu no ano de 1596 em La Haye, cidade que hoje se denomina La Haye-Descartes em sua homenagem.

Com oito anos, entrou no colégio jesuíta Royal Henry-Le-Grand em La Flèche, onde permaneceu durante nove anos. Nesta instituição foi aluno do Padre Estêvão de Noel, que lia Pedro da Fonseca nas aulas de Lógica. Apesar de todos os professores o apoiarem por admirarem as suas capacidades intelectuais, Descartes acaba por demonstrar, num dos seus contactos com Mersenne e na sua obra Discurso sobre o Método, uma certa decepção com o modo de ensino da altura. Acabou por afirmar que a filosofia leccionada não conduzia a nenhuma verdade indiscutível, ou seja, objectiva, já que nela não se encontrava nenhum facto sobre o qual não se discutisse. Acrescentou que eram as matemáticas que mais lhe agradavam, sobretudo devido à certeza e à evidência dos seus raciocínios. No entanto prosseguiu com os seus estudos graduando-se em Direito em 1616 pela Universidade de Poitiers.

No entanto, Descartes nunca exerceu Direito e, em 1618, alistou-se no exército do Príncipe Maurício de Nassau com a intenção de seguir uma carreira militar. A escola militar era, para ele, um complemento na sua educação. Conheceu o duque Isaack Beeckman, tornando-se seu amigo. A ele dedicou o Compendium Musicae, um pequeno tratado sobre música. Foi também nesta altura que escreveu Larvatus prodeo.

Em 1619, viajou para a Dinamarca, Polónia e Alemanha, onde, no dia 10 de Novembro, teve uma visão em sonho de um novo sistema matemático e científico. Três anos depois retornou a França e passou os anos seguintes em Paris e noutras partes da Europa. Em 1628, incentivado pelo cardeal De Bérulle, compôs as Regras para a Direcção do Espírito e partiu para os Países Baixos onde morou até 1649. Em 1629 começou a redigir o Tratado do Mundo, uma obra de Física, que aborda a sua tese sobre o heliocentrismo. Porém, em 1633, quando Galileu é condenado pela Inquisição, Descartes abandona seus planos de publicá-lo.

Em 1637, publicou três pequenos tratados científicos: A Dióptrica, Os Meteoros e A Geometria, mas foi o prefácio destas obras, o Discurso sobre o método, que originou o seu futuro reconhecimento. Anos depois, em 1641, surgiu a sua obra filosófica e metafísica mais grandiosa: As Meditações Sobre a Filosofia Primeira, com os primeiros seis conjuntos de Objecções e Respostas. Em 1642, lançou a segunda edição das Meditações, que incluía uma sétima objecção, feita pelo jesuíta Pierre Bourdin, seguida de uma Carta a Dinet.

Em 1643 começou sua extensa correspondência com Isabel da Boémia. Posteriormente publicou Os Princípios da Filosofia, obra que resume os princípios filosóficos que formam a "ciência", e explicou o movimento dos planetas e a propagação da luz. Segundo ele, todos estes factos dependiam da existência da atmosfera. Em 1647 foi premiado com uma pensão pelo Rei de França e começou a trabalhar na Descrição do Corpo Humano. Em 1649 dirigiu-se à Suécia, por convite da Rainha Cristina. No mesmo ano, o seu Tratado das Paixões, dedicado à Princesa Elisabete da Boémia, com quem mantinha uma de amizade, foi publicado.

René Descartes morreu de pneumonia no dia 11 de Fevereiro, 1650 em Estocolmo, Suécia, onde estava trabalhando como professor a convite Rainha. Como um católico num país protestante, ele foi enterrado num cemitério de crianças não baptizadas, em Adolf Fredrikskyrkan. Depois, o seu corpo foi levantado e transportado para França, onde foi enterrado na Igreja de Sant Genevieve-du-Mont em Paris. Durante a Revolução Francesa o seu corpo foi novamente desenterrado, a fim de ser deslocado para o Panthéon ao lado de outras grandes figuras francesas.

Em 1667, a Igreja Católica Romana colocou as suas obras no Index Librorum Prohibitorum – Índice dos Livros Proibidos.

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