
Sartre escreve sua obra filosófica principal, O ser e o nada, em 1943. Mas em 1938 já havia publicado o romance A náusea. Seu pensamento é muito conhecido e gerou, inclusive, uma "moda existencialista", também pelo fato de Sartre ter se tornado um famoso romancista e teatrólogo.
Sua produção intelectual foi fortemente marcada pela Segunda Guerra Mundial e pela ocupação nazista da França. Podemos dizer que há um Sartre de antes da guerra e outro pós-guerra, de tal forma o impacto da Resistência Francesa agiu sobre sua concepção política de engajamento. A noção de engajamento significa a necessidade de um determinado pensador estar voltado para a análise da situação concreta em que vive, tornando-se solidário nos acontecimentos sociais e políticos de seu tempo. Pelo engajamento, a liberdade deixa de ser apenas imaginária e passa a estar situada e comprometida na acção. Assim, ao escrever a peça de teatro As moscas, que versa sobre o tema do mito grego de Orestes e Electra, Sartre na verdade faz uma alegoria à ocupação alemã em Paris. Com essa obra, inaugura o chamado "teatro de situação".
Ao lado de Simone de Beauvoir, também filósofa existencialista e sua companheira de toda a vida, Sartre participou da vida política não só da França, mas mundial. Apesar de marxista, nunca deixou de criticar o autoritarismo, sobretudo quando as forças soviéticas invadiram a Tchecoslováquia. Saía à rua em protestos e, com a impunidade que lhe conferia a sua figura de cidadão do mundo, vendia nas esquinas La Cause du Peuple (A Causa do Povo), jornal maoísta, sem que ninguém ousasse prendê-lo.
Sartre pertence à ala dos filósofos existencialistas ateus, entre os quais se inclui Merleau-Ponty; na ala cristã, está Gabriel Marcel.
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