terça-feira, 28 de abril de 2009

Desconfiando do amanhã!

Desconfio do amanhã.
Desconfio da sua existência.
Desconfio que não vale esperar,
Nem pelo amanhã, nem pela sua essência.

Acredito que faço de hoje, toda uma vida.
Que hoje consigo nascer e padecer.
Que consigo fazer um sorriso,
Que consigo fazer esse sorriso morrer.

Acredito que consigo aprender um cheiro,
Que o consigo descrever.
Acredito que consigo tudo num dia.
Se intensamente o viver.

Penso que dá para, num dia, ser feliz.
Dá para extasiar um nascer do dia.
Dá para devorar os ventos de uma boa tarde,
Morrendo da melhor forma que a mente pedia.

Ocupando a mente com sentidos e gostos.
Deixando-a levitar em sonhos profundos.
Fazendo de vinte e quatro horas uma vida,
E dessa vida, vários mundos...

Fazendo-me querer o inevitável amanha.
Assumindo que essas horas não são suficientes.
Temendo querer, agora o amanha,
Sonhando com os nossos corpos presentes.

Pensando no sentido desta reviravolta.
Aceitando seres a razão.
Quererei eu mesmo o amanha?
Se for contigo, não assumo o "não".

Posso apenas querer mais um dia.
Posso apenas querer matar saudade.
E se amanha outro dia quiser?!
E se a saudade não for só saudade!?

E se quiser trezentos Pores-do-sol?!
E se quiser uma vida de Nasceres do dia?!
Contigo em mim, eternas horas,
Não haveria nada que não queria!

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